A possível elevação do imposto de importação de pneus de passeio para 35% pode trazer consequências graves para os consumidores brasileiros. O alerta é da Associação Brasileira dos Importadores e Distribuidores de Pneus (ABIDIP), que classifica a medida como impopular, contrária a uma saudável livre concorrência e perigosa para a segurança no trânsito.
Hoje, a alíquota está em 25%, após decisão tomada pelo Governo em outubro do ano passado que elevou o tributo até então fixado em 16%. Agora, a ANIP, entidade que reúne os fabricantes de pneus no país, pressiona para um novo aumento. O pedido será analisado no dia 23 de setembro pelo Comitê-Executivo de Gestão (Gecex), da Camex.
Impacto direto no bolso e protecionismo injustificável
Segundo o presidente da ABIDIP, Ricardo Alipio da Costa, a medida atinge diretamente quem tem no carro a sua fonte de renda. “Motoristas de aplicativo, taxistas e entregadores serão os primeiros a sentir o forte impacto. Sem condições de comprar pneus novos, muitos vão migrar para o mercado de usados ou de procedência duvidosa, comprometendo a segurança nas ruas e estradas brasileiras, e elevando o risco de acidentes fatais”, adverte.
Para a ABIDIP, o aumento do imposto não resolve o problema de competitividade da indústria nacional. “Elevar tarifas não moderniza o parque industrial nem amplia a produção. Apenas restringe a concorrência e abre espaço para preços mais altos, punindo o consumidor”, diz Alipio.
A entidade também aponta contradição dos fabricantes brasileiros, que criticaram recentemente o protecionismo dos Estados Unidos contra os pneus nacionais, mas agora defendem medida semelhante contra produtos asiáticos.
Mercado brasileiro depende da importação
Atualmente, cerca de metade dos pneus vendidos no Brasil são importados, todos com certificação do Inmetro garantindo a qualidade do processo produtivo. Na visão da ABIDIP, a solução seria retornar o imposto ao patamar original de 16%, garantindo desta forma preços mais acessíveis gerados por uma concorrência saudável que garante uma maior oferta de produtos seguros ao consumidor brasileiro.
“Precisamos abandonar a velha política protecionista de fechar o mercado com impostos. A indústria nacional necessita investir em inovação e eficiência, seguindo o exemplo das fabricantes mais modernas do mundo”, afirma Alipio.
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