Por Diego Fischer*
Elon Musk e seus famosos carros elétricos Tesla estão se difundindo no mercado. Em operação desde 2003, a montadora enfrentou diversas dificuldades para se estabelecer no mundo dos negócios, mas, em 2020, a empresa de Musk conseguiu um feito histórico: fechou, pela primeira vez, o ano com lucro líquido de US$ 721 milhões (R$ 3,8 bilhões).
Todo o sucesso que a companhia californiana conquistou nos últimos anos é decorrente de alguns fatores, mas os principais são a tecnologia envolvida na produção dos carros Tesla e a autonomia de suas baterias, garantida pelas estações de abastecimento – os chamados Superchargers.
Ainda que a Tesla seja reconhecida no mundo, no Brasil, os carros ainda não são acessíveis, tanto pelo preço quanto pela falta de infraestrutura para abastecer os veículos elétricos. O Roadster foi lançado em 2008, na sequência foi a vez do Model S, com características tão únicas que ganhou diversos prêmios de melhor carro. O próximo foi o Model X, o Model 3 e o Model Y, o mais recente, lançado no ano passado: um SUV com capacidade de até sete lugares.
O Model Y tem dois motores elétricos que permitem aceleração de 0 a 96 km/h em 3,5 segundos, autonomia de até 450 km com uma carga completa e velocidade máxima de 250 km/h, na versão Performance. Na Long Range, também com dois motores e tração AWD, o modelo atinge 96 km/h em 4,8 segundos. Na linha Standard Range, o carro chega a 96 km/h em 5,3 segundos.
Graças à grande tecnologia envolvida na fabricação dos carros Tesla, novos modelos chegam ao mercado com uma periodicidade menor do que aquela com a qual os consumidores estão acostumados. Por conta disso, as novidades da companhia costumam animar qualquer fã do universo automobilístico.
As próximas apostas da Tesla envolvem um carro elétrico “popular” de US$ 25 mil, previsto para chegar ao mercado até 2025 (mas que pode chegar às ruas antes disso) e uma nova versão do Tesla Roadster, que deveria ser lançada em 2021, mas teve data atrasada para 2022. Outro projeto – esse ainda sem previsão – está relacionado à forma de fabricar os automóveis: a intenção de Elon Musk é que os próximos veículos sejam produzidos como carrinhos de brinquedo, ou seja, em uma fundição completa.
Um diferencial da Tesla que chama muita atenção é o seu sistema de direção semiautônoma Autopilot, que está presente desde 2016. Esse é um opcional que pode ser adquirido pelo motorista e inclui recursos que dão a um Tesla a capacidade de dirigir, acelerar e frear de forma automática, além de abranger oito câmeras de 360 graus, 12 sensores ultrassônicos, radar frontal, ferramentas de processamento de visão, computador de bordo, entre outros equipamentos.
Para adquirir o sistema de piloto automático, existem dois pacotes: o Autopilot e o Full Self-Driving Capacity. O Autopilot dá acesso aos recursos de controle de cruzeiro ciente do tráfego (Cruise Control) e suporte na direção de uma faixa de velocidade (Autosteer). Já o segundo pacote é mais completo e permite navegação no piloto automático (versão beta), mudança automática de pista, estacionamento autônomo (Autopark), navegação inteligente por ambientes mais complexos e identificação de sinais de trânsito.
A tecnologia da Tesla ainda não é 100% autônoma e depende do controle de quem dirige. Infelizmente, muitos acidentes envolvendo o Autopilot já aconteceram quando motoristas desviaram sua atenção da direção para jogar ou, até mesmo, ver um filme. E vale lembrar que, por enquanto, essa não é uma realidade para todos.
* Diego Fischer é CEO da Carupi, startup de tecnologia que facilita o trâmite de compra e venda de automóveis
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