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Cuidados com o compressor evitam falhas do ar-condicionado

Escrito por Roberto Nunes

O ar-condicionado deixou de ser apenas um item de conforto para se tornar um componente essencial nos veículos. Ele garante bem-estar e segurança aos ocupantes, controlando a temperatura da cabine e ajudando a desembaçar os vidros em dias frios ou chuvosos. No entanto, seu bom funcionamento depende da manutenção correta do compressor, peça central do sistema de refrigeração. Negligenciar esse cuidado pode levar a falhas precoces e altos custos de reparo. Para evitar isso, Pedro Valêncio, supervisor de suporte ao cliente da Delphi, uma marca PHINIA, líder em sistemas de combustível premium, sistemas elétricos e produtos de reposição, explica quais os cuidados durante o uso e a manutenção do componente.

“Muitas pessoas acreditam que basta recarregar o gás para manter o ar-condicionado funcionando”, diz Valêncio. “Na realidade, é preciso seguir um conjunto de procedimentos que inclui limpeza, troca de filtros, verificação de anéis de vedação e, também, a lubrificação correta do compressor.” Se o ar-condicionado começar a fazer barulho ou não resfriar adequadamente pode indicar de que algo no sistema pode estar comprometido. A emissão de odores desagradáveis pode indicar a presença de fungos ou bactérias no sistema. Ao identificar esses sintomas deve-se realizar testes específicos com ferramentas adequadas, para evitar diagnósticos superficiais.

 

Para substituir ou reparar o compressor, alguns procedimentos são indispensáveis:

 

Troca do condensador e do filtro secador/acumulador: essas peças acumulam resíduos metálicos e umidade não podem ser simplesmente limpas. A substituição é a única maneira de garantir a remoção completa de contaminantes e evitar a falha do compressor.

Substituição de Filtros: esses componentes são projetados para absorver a umidade e filtrar detritos do sistema. Uma vez que o sistema é aberto, a capacidade do filtro de absorver umidade é comprometida. Não os substituir pode levar à corrosão interna e ao acúmulo de contaminantes.

Limpeza do sistema com nitrogênio: previne a entrada de umidade e a consequente corrosão interna. Deve ser utilizado um produto de limpeza específico com nitrogênio, nunca com ar comprimido. O nitrogênio é um gás inerte e seco e que não introduz umidade no sistema, diferentemente do ar comprimido que pode conter vapor d’água e causar danos futuros.

Substituição dos anéis de vedação (O-rings): sempre substituir todos os O-rings que foram desconectados. Com o tempo, eles podem endurecer, rachar ou deformar, perdendo sua capacidade de vedação. Para o procedimento é recomendável o uso de peças específicas em HNBR (Borracha de Nitrila Butadieno Hidrogenada).

Vácuo adequado: realizar um vácuo no sistema por pelo menos 30 a 45 minutos para remover o ar e a umidade, já que qualquer presença residual pode congelar, bloquear a válvula de expansão e causar corrosão interna.

Carga correta de fluido e óleo: usar apenas o fluido refrigerante e o óleo lubrificante especificados pelo fabricante do veículo e do compressor. Misturar diferentes tipos pode levar a falhas do compressor.

A lubrificação do sistema é crucial: compressores novos precisam ser devidamente pré-lubrificados, com a quantidade e o tipo de óleo corretos. “Assim como um motor precisa estar adequadamente lubrificado antes de ser acionado, o compressor também exige atenção especial”, alerta Valêncio. A pré-lubrificação é obrigatória para evitar ruídos e falhas prematuras. Existem compressores pré-lubrificados (com óleo) e modelos secos, que requerem a adição de óleo novo antes do funcionamento. Em ambos os casos, é essencial utilizar o tipo e a quantidade corretos, conforme especificado pelo fabricante.

 

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Roberto Nunes

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