Testes

Duster finca as quatro rodas na zona urbana

Escrito por Roberto Nunes

Por Roberto Nunes

Fruto dos carros da romena Dacia, marca do Grupo Renault, o Duster fez o papel do anti-EcoSport, modelo Ford que dominava a cena em 2011 no Brasil. O SUV quadradão da marca francesa chegou e, aos poucos, conquistou seu espaço no mercado nacional. Ganhou novas formas e, antes da pandemia, o tapa no visual. A reestilização recente deu um upgrade no Duster com seu motor turbinado e um pacotaço de equipamentos na configuração mais cara, a Iconic.

AUTOS E MOTOS rodou por uma semana com o Duster Iconic equipado com o moderno motor 1.3 turbo, da família TCe, que rende bons 170 cavalos de potência e 27,5 kgfm, com transmissão CVT de oito velocidades e tração 4×2 dianteira. Se antes havia uma versão 4×4, hoje é mais um SUV urbano para jovens aventureiros. Nada demais nem nada de menos: o Duster é urbano até demais.

Em um momento de modelos mais esportivos e SUV’s bem tecnológicos, o Duster está longe de agradar esses dois mundos. No entanto, ainda cativa pelo seu visual de carro mais robusto, espaço para quatro pessoas e motorista e um pacote mais vistoso de equipamentos.

A briga do Duster é praticamente com todos os SUV’s, a exemplo do Chevrolet Tracker, Volkswagen T-Cross, Jeep Renegade, Honda HR-V, entre tantos outros. A Renault usa duas armas; preço mais em conta e um pacote similar de equipamentos usados pelos concorrentes. A versão topo da gama Iconic traz câmera 360°, sensor crepuscular, câmera de ré, start-stop e abertura e travamento das portas por aproximação. Já a central multimídia com tela de 8” tem Android Auto e Apple CarPlay com fio. É justo e prático na hora das necessidades do mundo mais conectado.

Sem querer ser o “bonitão do pedaço”,  o Duster tem faróis e lanternas traseiras com LEDs, grade com estilo mais robusto e ostentando um emblema laranja que identifica o “Iconic”, conjunto de faróis de neblina e de longo alcance, além de rodas aro 17, com acabamento diamantado, dando um ar mais robusto ao modelo da Renault.

Por outro lado, a Renault quer mostrar sim que o Duster ainda é um modelo com anos de sobrevida. A mecânica do Duster é reforçada com o uso do câmbio automático do tipo CVT da Aliança Renault-Nissan, simulando 8 marchas. É uma transmissão automatizada de dupla embreagem e 7 posições com este motor. A direção com assistência elétrica tem boa calibragem. Para garantir um bem-estar de todos, o Duster traz uma nova central multimídia, com tela de oito polegadas e espelhamentos de smartphone sem fios. O painel de instrumentos ficou em uma posição um pouco mais alta e há até o dispositivo de carregamento de celular por indução e duas tomadas USB direcionadas para a traseira.

O SUV da Renault é equipado com seis airbags e sensor de chuva, dois itens antes inexistentes no modelo. Peca por não oferecer saída do ar-condicionado no banco traseiro. Mas compensa pelo seu tamanho no meio dos SUV’s compactos. O Duster tem 4.376 mm de comprimento e 2.673 mm de distância entre- os eixos. Pesa 1.353 kg e oferece espaço interno muito generoso. Seu porta-malas é de 475 litros, considerado bom para o tamanho do carro.

Nas poucas vezes que usei na estrada, o Duster se saiu bem. No entanto, é bom avisar que, mesmo sendo um carro que não usa o pedal da embreagem, deve meio cansativo em viagens mais longas. Depois de uma hora no trânsito de Salvador, comecei a perceber que o “modelo fica meio pesado” nas retomadas e uso excessivo dos pedais do acelerador e do freio provoca sensações de desconforto, deixando qualquer um com a panturrilha doída, viu.

Mas isso incomoda mas há pontos positivos para estacionar o Duster na garagem. Se você é daqueles aventureiros e que gosta de uma viagem, é bom saber que o Duster tem altura do solo de 24 cm, bom para transpor buracos, valetas e lombadas. Usa sistema de suspensão McPherson na frente e eixo de torção na parte traseira. É justo para quem anda nos buracos das nossas estradas pelo Brasil afora. O conjunto de pneus 215/60-17 garante a boa circulação.

Na hora de escolher um SUV urbano e compacto, faz um test drive no Duster. De preferência, faz na versão Iconic Plus, a mais equipada. É um carro justo com chave presencial e partida por botão, acendimento automático dos faróis, “cruise control” (“piloto automático”), além de sistema de alerta de ponto-cego e bancos em material sintético que imita couro.

Lembrando que a Renault está no processo de renovação do seu portfólio de veículos, começando com o SUV mais para hatch Kardian, projeto atualizado, de visual modernoso e pacote mais amplo de equipamentos em todas as versões.

 

 

 

 

Sobre o Autor

Roberto Nunes

Deixe um comentário