Transporte

Free Flow e a IA prometem revolucionar a gestão viária

Escrito por Roberto Nunes

O mercado de infraestrutura rodoviária no Brasil está em um momento de transformação, impulsionado por novas tecnologias como o Free Flow — um sistema de pedágio eletrônico, sem as tradicionais praças de pedágio —, além de inovações no campo da inteligência artificial (IA) e geolocalização. As regulamentações recentes sobre o Free Flow no Brasil e o avanço das concessões rodoviárias pautadas nesta forma de cobrança em estados como São Paulo – que lidera na implementação desse modelo – são apenas parte de uma ampla revolução.

“As empresas estão desenvolvendo soluções baseadas em câmeras e sistemas de IA para predição de acidentes e gestão de tráfego. Essas tecnologias analisam dados em tempo real, oferecendo insights críticos para melhorar a segurança nas rodovias e otimizar a fluidez do tráfego. O uso de redes neurais e sensores visuais como câmeras transforma essas imagens em informações valiosas para operadores viários, permitindo a redução de acidentes e o monitoramento preciso do fluxo de veículos”, explica Sylvio Calixto, CEO da Pumatronix, uma das principais fabricantes nacionais de equipamentos para monitoramento de trânsito e sistemas de transporte inteligente (ITS).

Outro avanço importante é o uso de sistemas de geolocalização e predição de tráfego, que podem identificar congestionamentos antes que eles se formem e sugerir rotas alternativas. Essas tecnologias também têm impacto direto na redução de acidentes, ao fornecer informações precisas sobre as condições da estrada em tempo real para os motoristas e operadores de rodovias. No entanto, especialistas alertam que a expansão da tecnologia deve ser acompanhada de investimentos em infraestrutura.

Desafios

“De nada adianta contar com sistemas tecnológicos avançados se a malha viária continuar limitada. O Brasil ainda tem um longo caminho pela frente nesse aspecto, pois muitos trechos rodoviários não suportam o crescente volume de tráfego. A expansão e a modernização das rodovias, em conjunto com o uso dessas novas ferramentas tecnológicas, são essenciais para garantir um trânsito mais seguro e eficiente.

Soluções baseadas em análise de imagem e inteligência artificial, amparadas por câmeras cada vez mais tecnológicas são vistas como base para o futuro do setor de transportes. Essas inovações estão moldando a forma como as estradas são monitoradas e geridas, e o Brasil, embora ainda enfrentando desafios estruturais, começa a despontar como um campo promissor para a implementação dessas tecnologias.

E as inovações não param por aí. Para o final do primeiro trimestre de 2025 está previsto o início da cobrança de pedágio por trecho percorrido e com tarifa dinâmica, via pedágio Free Flow, no trecho entre São Paulo e Guarulhos na rodovia Presidente Dutra. Em novembro de 2024 será leiloada o Lote Nova Raposo, projeto paulista que adotará as mesmas premissas de cobrança.

Com a crescente digitalização e integração de sistemas inteligentes, a expectativa é que, nos próximos anos, as rodovias brasileiras se tornem não apenas mais eficientes, mas também mais seguras, reduzindo o número de acidentes e otimizando o fluxo de veículos nos principais corredores viários e regiões metropolitanas de todo Brasil. A tecnologia, embora crucial, ainda precisa ser acompanhada por uma visão estratégica de longo prazo para que o impacto seja realmente transformador.

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Roberto Nunes

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