Mercado

Indústria de pneus tem vendas recuadas em 2,7%

Escrito por Roberto Nunes

As vendas totais de pneus fabricados no Brasil apresentaram queda de 2,7% nos nove primeiros meses de 2025 em comparação ao mesmo período do ano anterior. No acumulado de janeiro a setembro, foram comercializadas 29.038.221 unidades contra 29.832.068 verificadas em 2024. Os números são da ANIP Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP).

“O cenário para a indústria de pneus instalada no Brasil segue preocupante e desafiador. No mercado de reposição enfrentamos, por exemplo, a concorrência desleal de pneus importados que chegam muitas vezes ao Brasil com preços inferiores aos praticados no mercado internacional”, diz Rodrigo Navarro, presidente da ANIP. “Há distorções de preço, falta de conformidade técnica e casos de não cumprimento das obrigações ambientais que a indústria instalada no Brasil está sujeita”. Para Navarro, “o setor está sofrendo uma degradação que pode levar ao colapso da cadeia de produção que envolve fabricantes de têxteis, químicos, aço e borracha natural e estamos trabalhando junto ao governo brasileiro para que sejam tomadas medidas para criar condições isonômicas para a indústria brasileira”.

Segundo a entidade, as vendas para o mercado de reposição apresentaram retração de 7% até setembro (20.300.394 unidades no ano anterior ante 18.873.573 unidades no acumulado deste ano). O destaque positivo ficou por conta da comercialização de pneus para montadoras, que registrou alta de 6,6% (de 9.531.674 para 10.164.648 unidades) no período.

No segmento de pneus de passeio, as vendas de janeiro a setembro deste ano recuaram 2,1% (de 24.723.562 para 24.193.415 unidades). O desempenho foi pressionado negativamente pelo recuou de 6,9% nas vendas para o mercado de reposição (de 16.591.243 para 15.445.272 unidades), embora as vendas para montadoras tenham avançado 7,6% no período, saltando de 8.132.319 para 8.748.143 unidades.

As vendas de pneus de carga também registraram perdas no ano, com queda de 5,2% nas vendas (de 5.108.506 para 4.844.806 unidades), entre janeiro e setembro. Na contramão, as vendas para montadoras cresceram 1,2% (de 1.399.355 para 1.416.505 unidades), enquanto houve um recuo de 7,6% nas vendas para reposição (de 3.709.151 para 3.428.301 unidades). As vendas de pneus de motocicletas para reposição apresentaram queda de 11,5%, saindo de 7.645.293 para 6.766.085 unidades.

Setembro

O desempenho negativo do setor no acumulado do ano também se repetiu nas estatísticas do mês. Setembro isolado registrou vendas totais de 3.213.883 pneus, o que representou um recuo de 8,2% frente setembro do ano anterior (3.501.968 unidades), influenciado por uma queda de 12% no segmento de reposição (2.280.377, em 2024, contra 2.006.266 em setembro de 2025) e retração de 1,1% nas vendas para montadoras (de 1.221.591 para 1.207.617).

As vendas de pneus de passeio registraram queda de 7,8% no mês frente ao mesmo mês do ano anterior (de 2.912.407 unidades para 2.686.155). Na reposição, o recuo foi de 12,2% (de 1.852.906 unidades para 1.626.018), num cenário em que as vendas para montadoras se mantiveram praticamente estáveis, com flutuação positiva de 0,1% (de 1.059.501 para 1.060.137).

Em carga, a queda foi maior: 10,5%, recuando de 589.561 unidades para 527.728. A retração foi puxada pelo mercado de reposição, que teve queda de 11% (427.471 para 380.248), nas vendas para montadoras o recuo foi de 9% (de 162.090 para 147.480).

No mercado de motocicletas, as vendas seguiram estáveis com avanço modesto de 0,1% nas vendas para reposição: de 755.573 unidades para 756.200, no período.

 

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Roberto Nunes

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