“Não posso levar os créditos por essa decisão”. Com essas palavras o piloto inglês Lewis Hamilton humildemente tenta resumir um Grande Prêmio difícil de ser resumido.
O GP de Sochi, na Rússia, foi marcado por várias alternativas com uma conclusão quase que lógica. Largando em quarto lugar, Hamilton tinha as opções de tentar um posicionamento melhor e ainda marcar seu arquirival holandês Max Verstappen, que punido por trocar o motor largou em último do grid.
Enquanto isso, lá na frente, Lando Norris mantinha a esperança de uma vitória inglesa tanto do piloto como do carro, no caso a McLaren, isso porque conquistara uma inédita pole position (desde 2012) para a equipe. Não que fosse uma tarefa fácil, Carlos Sainz da Ferrari usaria e usou de todo o seu talento para trocar o hino do inglês para o espanhol no mais alto lugar no pódio.
E assim a corrida transcorreu com bastante alternativas até que feitas as trocas regulares de pneus a vitória ficou entre os ingleses. Norris e Hamilton brigavam pela ponta quando a natureza resolveu mostrar sua força. Começou a chover faltando apenas sete voltas, não uma chuva definitiva, mas sim uma chuva pirracenta, que dava margem a dúvidas quanto a parar para troca de pneus ou não. Orientado insistentemente pelos boxes Hamilton enfim cedeu com relutância (e eis o motivo da sua posterior humildade) e entrou para trocar, Norris nem quis ouvir “shut up” (cale-se) foi a grosseira e de forma alguma humilde interrupção sua quando seu engenheiro tentou orienta-lo, ficou na pista e pagou caro por isso, viu o Hamilton herdar sua vitória não sem antes perder o controle do carro comprovando seu erro ao optar por não entrar. Acabou trocando os pneus, mas já era tarde, amargou um sétimo lugar, muito atrás do companheiro de equipe o australiano Daniel Ricciardo que mais experiente ouviu a equipe e chegou em quarto.
Alheio a tudo isso Verstappen conseguiu ser o piloto da corrida e pode se dizer vitorioso Chegou em segundo lugar e o que é melhor continua mordendo os calcanhares de Lewis na disputa pelo título. Carlos Sainz chegou em terceiro, coroando também uma grande corrida.
Todas essas emoções não podem ofuscar o fato que foi a 100a vitória do Hamilton. Particularmente considero um número irreal, talvez apenas surreal levando-se em conta que um tri campeão como o escocês Jackie Stewart tem 99… CORRIDAS… mas, sei são outros tempos, outras histórias. Centésima vitória de Hamilton, um marco na Fórmula Um, deve ser elogiado e festejado. Parabéns.
No campeonato o inglês conta com 246,5 pontos, Max com 244,5, o ainda apagado Valteri Bottas 151, Lando Norris mesmo sem vitória com 139, Pérez (México) Sainz e Leclerc (monegasco) com 120, 112,5 e 104 respectivamente.
Próxima prova dia 10/10, circuito de Istambul, na Turquia.
É esperar… vara ver.
Durval Pereira e comentarista automobilístico
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