Por Lu Nascimento
Dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) indicam que a idade média dos veículos na Bahia é de cerca de 11 anos. Não parece muito, mas, o período de dez anos faz diferença, basta observar o que está no rol de mudanças introduzidas no setor automotivo brasileiro na última década.
Os veículos mais novos, utilizando como exemplo os automóveis, avançaram no sentido de redução de riscos. Em contrapartida, os antigos pecam por não incluir itens básicos de segurança, de acordo com parâmetros mais atuais, como airbags; o cinto de segurança de três pontos e o apoio de cabeça individual; o sistema Isofix de retenção infantil, onde as travas das cadeirinhas de bebês e crianças são conectadas à estrutura do veículo; e o sistema de freio antitravamento das rodas (ABS), para controle de derrapagem em situações que necessitam de paradas bruscas.
O veículo mais antigo no estado foi fabricado em 1919, segundo informações do Denatran relativas a janeiro de 2019. Todavia, essa é uma exceção. Quase 60% da frota tem até 10 anos. Ou seja, mais da metade dos veículos saíram da linha de produção a partir de 2008 (inclusive) e alguns dos seus proprietários já se beneficiam do conforto na direção. Por exemplo, no caso dos carros, atualmente, a hidráulica já é uma tecnologia defasada quando comparada à elétrica. Dirigir já não requer mais tanta força nos braços para execução das manobras.
Cerca de 25% dos veículos do estado possuem entre 11 e 20 anos. E apenas o índice de 15% tem mais de duas décadas de produção. Em relação ao uso de combustível fóssil e de emissão de gases do efeito estufa, os carros antigos são mais ineficientes em comparação com os modernos. Os mais novos já englobam métodos e processos com maior eficiência energética e ecológica, como os híbridos e os elétricos. Todavia, a rotatividade da frota também apresenta problemas ambientais não tratados aqui. E a vida útil dos veículos, de todos os tipos, depende ainda de como eles são utilizados e da manutenção que recebem.
A renovação deve também ocorrer a fim de retirar das ruas veículos sem condições de rodagem que possam trazer consequências graves para os seus ocupantes e outros. Na Bahia, veículos com mais de 15 anos de fabricação são isentos do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), o que termina sendo um pequeno incentivo a sua manutenção por parte dos proprietários.
Antigomobilismo à parte, os veículos mais novos trazem os benefícios dos avanços tecnológicos em analogia à segurança, dirigibilidade e questão ambiental. Cerca de 60% da frota de veículos da Bahia tem até 10 anos.
Lu Nascimento é economista, pesquisadora e PhD em Recursos Naturais pela University of New Hampshire, EUA
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