A FENABRAVE – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores divulgou, hoje, o desempenho dos emplacamentos de veículos no mês de maio e no acumulado de 2020 (acompanhe tabela no final do texto).
De acordo com o levantamento realizado pela entidade, o Setor da Distribuição de Veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motocicletas, implementos rodoviários e outros), apresentou crescimento de 11,97% em maio, em relação a abril, totalizando 100.427 unidades emplacadas, contra 89.687 no mês anterior. Já na comparação com maio de 2019, quando foram licenciadas 358.438 unidades, houve retração de 71,98%. “Isso significa dizer que ficamos na 29ª. colocação entre os meses de maio de nossa história de vendas”, destacou o Presidente da FENABRAVE, Alarico Assumpção Júnior.
No acumulado de janeiro a maio de 2020, a queda foi de 35,64%, com 1.031.324 unidades emplacadas, contra 1.602.524 no mesmo período de 2019, o que representa estar na 17ª. colocação, nos acumulados de janeiro a maio, de todos os tempos.
Segmentos em destaque
Automóveis e Comerciais Leves – Os segmentos de automóveis e comerciais leves, somados, também registraram crescimento, de 10,29%, em maio, na comparação com o mês anterior, somando 56.639 veículos emplacados, contra 51.355 em abril de 2020.
Se comparado com maio do ano passado, quando o mercado somou 234.147 unidades, o resultado aponta baixa de 75,81%, o que significa que maio de 2020 está na 39ª. colocação entre todos os meses de maio da série histórica de vendas dos segmentos.
No acumulado dos cinco meses, esses segmentos retraíram 38,14%, com o total de 640.525 unidades neste ano, contra 1.035.427 no mesmo período de 2019, passando a estar na 19ª. colocação entre os acumulados, dos anos anteriores.
Na avaliação do Presidente da FENABRAVE, Alarico Assumpção Júnior, em maio, a abertura de algumas concessionárias, em determinados estados, e o retorno de funcionamento de parte dos DETRANS (incluindo São Paulo) já resultaram em pequena melhora para o Setor da Distribuição. “Observamos que a abertura parcial de alguns Detrans, que começaram a operar com agendamentos, as vendas não presenciais dos Concessionários, além da liberação de alguns municípios para abertura plena das concessionárias (vendas e pós-vendas), resultaram nesta melhora, ainda que pequena, mas já como a primeira sinalização positiva, para voltarmos à normalidade. Se o estado e a capital paulista estivessem operando normalmente, os resultados seriam ainda mais expressivos, já que São Paulo representava, antes da crise, mais de 26% das vendas de veículos e passou a representar apenas 0,9%, em abril, e 1,6%, em maio”, explicou o Presidente da entidade.
Como parte do PLANO DE RETOMADA CONSCIENTE, divulgado pelo Governo de São Paulo, no último dia 27 de maio, com reabertura gradativa a partir do início de junho, as concessionárias de veículos, da capital paulista, foram inseridas na faixa laranja, que prevê a retomada ainda nessa semana. A decisão depende de Decreto a ser publicado pelo Prefeito Bruno Covas, que está recebendo os protocolos de cada setor, para tomar sua decisão. “A FENABRAVE, que já havia encaminhado Ofício e o Guia de Orientações de Combate ao Coronavírus nas Concessionárias, elaborado pela Federação, enviou novo Ofício e documento, ao portal da Prefeitura de São Paulo, reiterando os protocolos de saúde sanitária, que estão sendo tomados pelas Concessionárias de Veículos, em praças já abertas, e que também serão adotadas na capital paulista”, confirmou Alarico Assumpção Júnior, complementando: “Temos a expectativa de retornar às atividades plenas em São Paulo, com total segurança, tanto para os nossos colaboradores como para os nossos clientes, pois as concessionárias são consideradas atividades essenciais, na medida em que respondem pela mobilidade do País”, esclarece Assumpção Júnior. No estado do Rio de Janeiro, a reabertura das Concessionárias está prevista para esta terça-feira, dia 2 de junho.
Além da reabertura das Concessionárias, a FENABRAVE espera que o sistema financeiro também colabore com o crédito, não apenas para as empresas como, também, para os consumidores, pois a aprovação cadastral, para o financiamento de automóveis, está mais restritiva e as taxas de juros elevadas, na avaliação da entidade. “Assim que ocorrer o retorno gradual do mercado, com crédito e renda retornando aos patamares habituais, esperamos que as concessionárias voltem a níveis sustentáveis de vendas e os empresários possam ter clareza para definir o rumo dos seus negócios. Estamos bastante confiantes que dias melhores virão”, concluiu.
Caminhões – O segmento de caminhões dá sinais de recuperação gradativa, alcançando 21,13% de crescimento em maio, sobre abril deste ano, totalizando 4.736 unidades emplacadas, contra 3.910 unidades em abril. No entanto, na comparação com maio de 2019, quando foram vendidos 9.197 caminhões, maio de 2020 ficou 48,5% atrás. Se considerarmos o acumulado dos cinco primeiros meses do ano, a queda foi de 26,09%, passando de 39.061 unidades (2019) para 28.870 caminhões comercializados em igual período de 2020. “Tivemos crescimento, embora ainda lento, mas consistente, das vendas de Caminhões, principalmente, os Pesados e Extra Pesados, em virtude da safra de grãos e do agronegócio, que representam quase 50% das exportações brasileiras”, declara Sérgio Dante Zonta, Vice-Presidente de Caminhões, Ônibus e Implementos Rodoviários da FENABRAVE.
Em sua avaliação, como os caminhões estão sendo muito demandados, também, pelo transporte de itens essenciais ao País, durante a pandemia, houve aumento de procura por esse tipo de veículo. “Também as taxas de juros e prazos, para financiar caminhões, estão voltando à normalidade e se tornando mais atraentes”, considerou Zonta.
Motocicletas – As vendas de motos ao mercado interno tiveram aumento de 3,42% em maio de 2020, sobre abril, passando de 28.555 unidades, para 29.220 motos emplacadas. “O crescimento pode ser atribuído ao aumento de demanda por parte dos profissionais e empresas de delivery (entrega) e pelo fato de algumas pessoas terem deixado de usar o transporte coletivo para aderir ao de duas rodas, contribuindo para o isolamento social”, defendeu Carlo Porto, Vice-Presidente de Motocicletas da FENABRAVE, para quem o aumento poderia ter sido até maior, considerando os baixos estoques das Concessionárias, em relação a modelos de baixa cilindrada (até 250cc).
O acumulado de 2020 está na 19ª. posição do ranking dos acumulados históricos e na 24ª. posição, se considerado apenas o mês de maio.
Tratores e Máquinas Agrícolas – Com dados apenas de abril (dados de maio ainda não foram fechados, pois esses veículos não são emplacados), o segmento de tratores e máquinas agrícolas não sofreu forte queda, sustentado pela precificação do câmbio nas lavouras de soja, milho e proteína animal, contabilizando retração de 15,3% no quadrimestre de 2020, contra igual período de 2019. No total, foram vendidas 10.939 máquinas agrícolas, no primeiro quadrimestre de 2020, contra 12.980 unidades, no mesmo período do ano passado. “Ainda estamos com falta de recursos por parte do Governo, mas a demanda tem sido crescente no setor”, comemora Marcelo Nogueira Ferreira, Vice-Presidente de Tratores, Colheitadeiras e Máquinas Agrícolas da FENABRAVE.
Projeções serão revisadas no fechamento do semestre
Em função das incertezas que cercam a economia e o desempenho do Setor da Distribuição de Veículos, que ainda sofre os efeitos do isolamento social e lock down em algumas regiões, a FENABRAVE não revisará as projeções para 2020, até o fechamento do primeiro semestre. “Ainda é prematuro, pois não sabemos quando as atividades retornarão em todos os estados e municípios, tampouco, como reagirá a economia e a oferta de crédito para consumo. O que sabemos é que o ritmo será mais lento no início e não temos como prever os reais impactos, nesse momento. Assim como o PIB, devemos ter um resultado inferior ao de 2019, mas só teremos como projetar isso após a retomada plena de todas as Concessionárias”, informou Alarico Assumpção Júnior, para quem a falta de liquidez das Concessionárias segue sendo um problema grave para o Setor. “Sem crédito, não temos como preservar empresas e empregos e isso é algo preocupante. Da mesma forma, é preciso garantir crédito e taxas de juros atraentes para o consumidor voltar à ativa”, alertou o Presidente da FENABRAVE.
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