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Corolla Cross entra na briga com o líder Compass; peca na ausência de sistemas de auxílio ao condutor e mais conectividade

Escrito por Roberto Nunes

A japonesa Toyota é meticulosa nas suas ações no Brasil. Inaugurou a fábrica de Sorocaba (SP) para produzir o Etios em 2012 e, agora, tomou uma dupla decisão planejada. Encerrou a produção da família de carros compactos para o mercado brasileiro – o Etios sai da planta paulista ainda para o mercado da América do Sul – e abriu o novo caminho para o inédito Corolla Cross, modelo do segmento mais vendido no país.
AUTOS E MOTOS andou com a versão flex topo da gama do Corolla Cross. A Toyota usa estratégias meticulosas e produz seu SUV médio com a mesma base mecânica do sedã Corolla – ofertado com o motor flex e opção da tecnologia Hybrid.
O SUV Cross da Toyota tem acertos e derrapagens que serão notadas pelo consumidor mais apaixonado por carros. O peso das novidades da Toyota é o mesmo dos erros cometidos no projeto Corolla Cross no Brasil.

A briga do Corolla Cross é com o líder Jeep Compass. Mas há modelos com a mesma pretensão de liderança, como o Volkswagen Taos. A sensação de guiar o SUV da Toyota é similar ao de rodar com o sedã Corolla. Nem espere uma posição mais elevada, uma característica de SUV’s. Para sair com o Cross, procure a alavanca de freio de mão no seu pé esquerdo. É isso mesmo: a Toyota dispensa a opção de dispositivo eletrônico e usa um sistema de pedal de pé igual ao da geração do Prius apresentada em test drive em 2012 no Japão para um grupo de jornalistas brasileiros.

O Toyota Cross XRE é o mais vendido por aqui e chega com um motor Flex, o 2.0L Dua VVT-iE 16V, de potência máxima de 177 cv a 6.600 rpm e 21,4 kgfm a 4.400 rpm de torque. O sistema de injeção direta D-4S é eficiente e a transmissão é automática CVT (modo sequencial de dez marchas). A velocidade máxima é de 195 km/h.

De visual modernoso, o Cross agrada, sim. Tem faróis de LED e o conjunto ótico traz ainda luzes de condução diurna e faróis de neblina perto da grade inferior. As lanternas traseiras são de LED e as rodas de liga leve são de 18 polegadas (Pneus 225/50 R18) com acabamento diferenciado.

Mas vamos antes elencar e valorizar o que há de mais interessante no Corolla Cross. Entre os destaques, estão sete airbags, ar-condicionado digital de duas zonas, volante multifuncional, banco do motorista e com regulagem, computador de bordo com tela TFT de 4,2 polegadas, controle eletrônico de estabilidade (VSC), controle eletrônico de tração (TRC), sistema de assistência ao arranque em subida (HAC), sensor de estacionamento traseiro, faróis com acendimento automático e ajuste de altura elétrico, faróis de neblina dianteiros em LED, luz de frenagem emergencial automática, alarme volumétrico e entre outros.

É um pacote justo, é sim. O preço é na faixa dos R$ 166.500. Com isso, cada item deve ser valorizado. Enfim, a Toyota dispensou o multimídia ultrapassado usado nos modelos nacionais e oferece agora a central multimídia Toyota Play (tela de oito polegadas) no centro do painel. Na configuração XRE, você encontrará a câmera de ré com linhas de distância. É possível também emparelhar seu smartphone com o Android Auto e o Apple CarPlay. Há quem gosta, há quem odeia o aparelho flutuante e sem ser integrado ao painel.

Para agradar, a Toyota inclui bancos traseiros com descansa-braços, sistema de chave presencial Smart Entry, controle de velocidade de cruzeiro, espelho retrovisor interno com antiofuscamento eletrocrômico, aletas atrás do volante, sistema de partida por botão (sem chave; Start Button/Push Start) e sensor de chuva.
No visual, o escape surpreende negativamente. Tem o “bujão” aparente, o que não combina e fica estranho o componente pendurado na parte baixa da traseira do Cross. Ponto positivo para o porta-malas com capacidade para 440 litros.

Na estrada, a pegada do Cross é das melhores e o motor dois litros flex oferece segurança e boas respostas. Usando etanol, assusta a imprecisão do marcador e é bom avisar que a autonomia pode cair de 200 km para 100 km num “passe de mágica”. Seu tanque é pequeno (47 litros) para a proposta mista do carro (usar na cidade e com a família para viajar). E assusta perceber que o consumo ficou na faixa dos 7 km/l na cidade.
Neste segmento de SUV’s médios, há modelos mais equipados e com proposta mais ousada. O preço dos rivais é praticamente o mesmo e, por isso, é bom o consumidor ser esperto e optar por veículos que oferecem mais segurança e sistemas avançados de conectividade e de auxílio ao condutor, como leitor de faixas e dispositivos mais modernos de multimídia.

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Roberto Nunes

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