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Corolla Hybrid fica entre o "tiozão" e moderno; é o único nacional com motor híbrido flex

Escrito por Roberto Nunes

Por Roberto Nunes
Você compraria um carro híbrido? A pergunta tem sido feita por muitos no mundo, inclusive no Brasil. O brasileiro já acostumou com os veículos equipados com motor flex – que usa gasolina ou etanol a qualquer proporção. Agora, imagina ai um carro com características para a família e com motor híbrido e flex. É isso mesmo. No ano passado, a Toyota anunciou a produção de um sedã com motor híbrido flex e lançou o Corolla, o primeiro carro produzido no Brasil com a tecnologia bicombustível e modo elétrico.
A fabricante japonesa lidera no mundo o movimento dos carros de emissão zero, movido a célula de combustível, híbridos e os chamados elétricos-plug-in. O Corolla é hoje o sedã mais vendido no país e é ofertado com a opção do motor flex e também com o propulsor híbrido flex. AUTOS E MOTOS rodou com o Corolla Hybrid “nacional” na configuração Altis, a topo da gama.
O Corolla pode ser comprado nas versões GLi 2.0 CVT, XEi 2.0 CVT, Altis Premium 2.0 CVT e Altis Hybrid Premium 1.8 CVT. O valor chega a R$ 147.145 com bônus de R$ 8.000. Será que vale estacionar o Corolla Hybrid na garagem?

Antes de tudo, é bom lembrar que não há outra opção de carro nacional com motor híbrido flex. Entre as opções no mercado, a Toyota oferece o Prius, modelo importado do Japão e com preço a partir de R$ 164.990, e a Lexus, marca de luxo do Grupo Toyota, o CT 200H – com valor de R$ 139.990. Ambos não têm motor flex acoplado ao sistema híbrido de propulsão.
O Corolla sempre foi um sedã mais tradicional. A partir desta nova geração, o sedã da Toyota mudou também o visual, nível de equipamentos e mecânica. O modelo é um sedã que agora é construído na plataforma modular GA-C no conceito TNGA — que já serve ao Camry, Prius e o novo RAV4.
A fábrica de Indaiatuba (São Paulo)  recebeu investimento de R$ 1 bilhão para produzir o Corolla Hybrid. O sedã Corolla tem chassi mais firme e ganhou ajustes também no conjunto de suspensão – com sistema independente por braços duplos. Outra mudança é o centro de gravidade, que baixou 1 centímetro com a redução de 3 cm na altura.
A 12ª geração do Corolla produzida no Brasil está com uma sensação de um carro maior e mais espaçoso. Sem mudanças nas medidas, o sedã tem 4,63 metros de comprimento (10 mm maior); e 1,78 metro de largura (5 mm maior); 1,45 metro de altura (20 mm menor) e permaneceu com os mesmos 2,70 metros de distância entre os eixos.  O porta-malas possui 470 litros, o mesmo tamanho da geração anterior. O tanque de combustível tem 50 litros para as configurações a combustão e 43 litros para a híbrida.
 
O Corolla Hybrid tem respostas rápidas e uma condução segura e dinâmica. A Toyota recalibrou a base do sistema de propulsão, que conta com três motores, dois elétricos e um 1.8 flex aspirado de ciclo Atkinson. São 101 cv de potência e 14,5 kgfm de torque no motor flex, e os elétricos geram mais 72 cv e 16,6 kgfm. O câmbio é CVT, mas não usa correias nem polias. É um motor que funciona com o desempenho similar ao do motor 2.0, de 177 cv de potência com etanol e torque máximo de 21,4 kgfm entregue a 4.400 rotações com ambos os combustíveis. Tem rodas liga-leve aro 17″ com pneus 225/45 R17

Tudo isso deve transformar o sedã em um carro “amigo do meio ambiente” e que une bons índices de desempenho e economia de combustível.
Ao pegar o Corolla Hybrid para a avaliação do AUTOS E MOTOS o computador de bordo marcava quase 1.000 km de autonomia – exatos 937 km. No primeiro momento, é de ficar surpreso e, no mínimo, com uma pulga atrás da orelha – para não dizer um elefante, viu. Em situação de test drive, é sempre bom ficar pelo menos um mês com o veículo. Assim, é possível abastecer e ver realmente a autonomia e o consumo de combustível, usando etanol e gasolina e o modo elétrico nas distâncias mais longas e até em viagens de médio e longo trajetos – 400 km até 1.000 km.
O Corolla é um carro baixo e sempre raspa o assoalho em obstáculos mais altos. A configuração Altis Hybrid Premium vem com seis airbags, câmera de ré, controle de cruzeiro adaptativo, farol alto automático, assistente de permanência em faixa — que faz leves correções no volante —, frenagem automática de emergência com alerta de colisão, controle de tração e estabilidade. Há ainda pacote opcional com ar-condicionado automático de duas zonas, espelhos retrovisores externos eletro-retráteis, teto solar elétrico, limpador do para-brisa com sensor de chuva e lanternas traseiras em LED.

No banco traseiro, há um “encosto camuflado” de braços. No seu uso, perde-se o assento do meio para transportar três pessoas mas ganha locais para copo e colocar até pequenos objetos.  Se é um carro de origem japonesa, espera-se mais tecnologia no multimídia, né? Infelizmente, a Toyota está passos atrás da concorrência. Além de ter um dispositivo simplório e sem apelo visual, o motorista ou passageio percebe a dificuldade de uma simples ação de emparelhamento do smartphone, por exemplo. Fica a desejar no aspecto multimídia, que vem com tela TFT de 7″ com possibilidade para visualizar diversos aspectos e sistema do carro. Há duas opções de visualização.

A Toyota garante oito anos de garantia no sistema híbrido, sendo 5 anos no motor flex – o prazo aumentou de 3 anos e ganhou mais dois anos de garantia de fábrica para o Corolla no mercado brasileiro.
 
 

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