Fórmula 1: mudando para ficar no igual

Por Durval Pereira
Chega a ser desanimador o que acontece na Fórmula 1 nos últimos tempos. Os domínios dos melhores carros apagam qualquer resquício de habilidade que porventura algum piloto ouse demostrar. E se os bons carros não dão chance aos rivais da Mercedes, é do tipo que não sabe brincar. A equipe Mercedes-AMG vem dominando a temporada 2020 com o piloto inglês Lewis Hamilton vencendo corrida até com três pneus, sendo sempre acompanhando pelo obediente Bottas (mas ainda agora com contrato renovado) e o Max Verstappen sempre ali de “butuca” tentando beliscar algo.
Mesmo já tendo declarado não poder fazer frente ao inglês: e não é que ele conseguiu belisca com a única e previsível possibilidade (para quem tem experiência em automobilismo) que é a escolha diferenciada de pneus. Escolheu diferente, estratégia diferente e venceu o GP dos 70 anos da Fórmula 1, um março, diga-se de passagem, colocando o nome na história, uma vitória merecida e que se deve exaltar.
Mas tem gente falando em genialidade, menos né !!!??? O cara mais rápido do grid vai largar em quarto lugar e não vai tentar nada?Claro que vai e o resto é talento para manter o carro na pista e isso é obrigação na F1. Então menos com os adjetivos né? Na realidade o que se nota hoje em dia no circuito é isso: imitar o que acontece no mundo que é encontrar um factoide e explorá-lo até a exaustão, seja racismo, briga entre equipes, se o carro deve ir com qual cor, tentando inutilmente substituir a emoção com a famigerada “lacração”.
Voltando as pistas, toda essa embromação se deve ao fato de que os carros hoje em dia beiram a perfeição, não quebram e é, por isso, que chega a ser engraçada se não fosse trágica a imagem da semana que é a Ferrari do Vettel vazando óleo nos treinos livres. Tudo está dando errado para o alemão e a imagem de carro vazando em tempos de carros que não quebram é icônica.
Menção desonrosa de novo para os veteranos, Riccciardo e Raikkonen lá atrás, todos já esperando 2021.