Automotivo

Mobilidade, custo de oportunidade e carpooling

Escrito por Roberto Nunes

Por Lu Nascimento
O tempo despendido no percurso casa-trabalho e vice-versa, em termos diários, exerce influência sobre a qualidade de vida dos trabalhadores. Costuma-se associar esse deslocamento ao estresse dos indivíduos, sem esquecer das despesas financeiras incorridas na execução desse movimento.
O crescimento desordenado das cidades, a falta de investimento em modalidades de transporte público eficiente e de qualidade e o aumento no número de pessoas que optam por deslocamentos motorizados individuais contribuem para o agravamento do problema. Observa-se vias mais congestionadas e, consequentemente, trânsito cada vez mais complicado.
Quantas horas você precisa para ir e voltar do trabalho? Nesse âmbito, o custo de oportunidade é o benefício perdido por não utilizar esse tempo em outras atividades, como por exemplo, educacionais e de lazer. Em Economês, significa o que poderia ser obtido no uso alternativo desse precioso recurso (tempo).
O último Censo Demográfico (2010) indicou que, na Bahia, das pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência da pesquisa, cerca de 54% gastavam habitualmente de seis minutos até meia hora no trajeto do domicílio para o trabalho principal. E, aproximadamente, 22% levavam entre meia e uma hora nesse deslocamento. Os dados também revelaram que as pessoas do meio urbano trabalhavam mais distantes das residências do que as da zona rural.
Diante do exposto, a modalidade que adotei para otimizar o tempo despendido nas minhas jornadas casa-trabalho foi o carpooling (compartilhamento de corridas de carro) com as amigas… não há deslocamento mais divertido!
O carpooling apresenta vantagens e desvantagens. Essa modalidade amplia o número de passageiros em transportes que seriam utilizados individualmente, reduzindo o número de veículos nas vias, congestionamentos, uso de combustível, emissão de gases poluidores, etc. Em cidades dos Estados Unidos, veículos com o motorista e pelo menos um passageiro podem utilizar vias especiais de ocupação elevada (high-occupancy vehicle lane). O lado negativo deste tipo de transporte é a redução na autonomia que a propriedade do veículo oferece. A sua agenda passa a ser vinculada a dos outros participantes do carpooling.
Lu Nascimento é economista, pesquisadora e PhD em Recursos Naturais pela University of New Hampshire, EUA
 

Sobre o Autor

Roberto Nunes

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