Automobilismo

O curioso caso de Ayrton Senna

Escrito por Roberto Nunes

Por Durval Pereira
 
Para muitos e muitos brasileiros o 1° de maio de 1994 não existiu, não deveria ter existido, não deve ser lembrado. Para mim a data a qual me fixo é 20 de abril do mesmo ano, talvez em vã esperança de evitar a data fatídica vindoura. O local é o Estádio Parque dos Príncipes em Paris, a ocasião um amistoso entre a seleção brasileira de futebol e um combinado Paris Saint Germain/Bordeux). Senna deu o pontapé inicial e foi ovacionado pelos franceses, compatriotas do seu arqui- rival Alain Prost.
Não era um momento bom para Ayrton pois o carro da equipe Williams pelo qual ele tanto lutou não vinha apresentando os resultados esperados e a confiança estava meio abalada. Senna vinha de duas corridas sem marcar pontos (rodou no Brasil abandonando e um acidente no GP do Pacífico realizado em Aida no Japão), portando a tensão era grande. A morte de Roland Ratzrmberger ocorrida nos treinos para o GP da Itália e antes disso o acidente espetacular com Rubens Barrichello tornavam o ambiente mais pesado ainda.
No domingo logo na largada um acidente nos deu a última chance de se evitar a tragédia, hoje sabemos, mas depois da limpeza da pista, re-largada e…. ‘Senna bateu forte” narrou o Galvão (Senna errou…pensei eu), então vieram em sequência os acontecimentos significativos: helicóptero ligado, , massagem cardíaca, helicóptero no ar, sangue no chão e por fim a informação de “perda de massa encefálica”.. então nesse momento nenhuma esperança mais restava, e foi aí que minha mente fez o bloqueio, voltou para a cena do estádio para trás, para as imagens de Senna x Mansell roda x roda, Senna forçando a passagem contra Prost, não desistindo, voltando e vencendo a corrida, mesmo sendo desclassificado depois, Senna e sua primeira vitória ocorrida em Portugal (Estoril 1995) debaixo de um dilúvio, Senna assombrando o mundo em Mônaco (1994) com aquele icônica segundo lugar.
É assim que a mente de muitos fãs do Ayrton pensam, colocam uma barreira, um ponto final exatamente naquele meado de abril, pois se por um lado o show não pode parar por outro lado sem ele ficou muito sem graça continuar.
 
Durval Pereira é comentarista automobilístico
 
 
 
 
 
 

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Roberto Nunes

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