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Renegade larga motor a diesel pelo inédito turboflex; valeu a pena?

Escrito por Roberto Nunes

Lançado no boom dos SUV´s urbanos em 2015 no Brasil, o Renegade tem evoluído. Ganhou a liderança do segmento por reunir qualidades e pacotes de equipamentos exclusivos para a categoria. Entre eles, está a oferta do motor a diesel. Mas neste processo de evolução, a Jeep fez uma troca, colocando agora o Renegade com o inédito motor turboflex, de 185 cavalos, acoplado ao conjunto de transmissão automática de 9 velocidades e tração 4×4, antes ofertado com a motorização turbodiesel. Assim, a fabricante americana dispensa de vez o “coração” movido a diesel no Renegade 2023.

AUTOS E MOTOS andou com exclusividade e traz em primeira mão as vantagens e desvantagens do novo Jeep Renegade com motor 1.3 GSE T270 Turboflex. Será que o novo motor é páreo com o Renegade a diesel? Eis a questão. No Nordeste do Brasil, a opção a diesel sempre é muito bem vinda e num utilitário compacto tem lá suas inúmeras qualidades, né? Mas vamos ao novo Renegade T270, o mesmo motor ofertado nos irmãos Compass e Commander produzidos também no complexo automotivo Jeep/Fiat em Goiana, Pernambuco.

Essa é a segunda reestilização do Renegade, que foi lançado em 2015 no Brasil e levemente renovado em 2018 (como linha 2019). Mas agora as mudanças são mais profundas com mais tecnologia embarcada, nova motorização e equipamentos nunca antes ofertadas pela Jeep no país.

O modelo incorporou ainda novo para-choque frontal, com maior entrada de ar e elemento que simula uma barra de impulsão. Os faróis de neblina passam a ter formato retangular.  A grade teve a altura reduzida e possui mais recortes na junção com o para-choque. A traseira do Renegade tem novo para-choque com elemento central na cor cinza e lanternas em LED redesenhadas, com o X estilizado que remetem aos antigos galões de gasolina. O emblema T270 4×4 garante a nova configuração e valoriza assim a junção entre a tração 4×4 e o motor 1.3 turboflex.

O Renegade S vem com o novo volante (o mesmo do Compass), carregador de celular por indução, novo quadro de instrumentos digital e bancos com novo tecido na versão de entrada. A Jeep amplia assim as opções no mercado com os acabamentos Sport, Longitude, Série S e Trailhawk. Todas as versões passam a vir de fábrica com 6 airbags, frenagem autônoma de emergência, alerta e assistente de manutenção de faixa, detector de fadiga do motorista, reconhecimento de placas de trânsito e sistema stop-start. E isso é um diferencial no mercado de SUV´s, elevando assim o ponto de partida do Renegade frente aos rivais no Brasil.

Antes o brasileiro achava meio chocho a vontade de andar do Renegade com motor flex. Agora, você vai perceber que há torque e potência de sobra no modelo da Jeep. Sem oferecer a tração na configuração flex, a Jeep colocava o câmbio automático com seis velocidades, o que jogava o giro do motor mais para cima. A oferta da tração 4×4 auxiliando o motor 1.3 turboflex – com 185 cv de potência máxima e 27,5kgfm de torque – mostra que já era a hora de aposentar os antigos motores 1.8 E.torQ EVO (flex) e 2.0 Multijet II (diesel) para adotar exclusivamente o motor turbo 1.3 GSE T270 flex de 185/180 cv (E/G) e 27,5 kgfm em todas as versões. As opções de câmbio são automático de 6 marchas (com tração 4×2) e automático de 9 marchas (com tração 4×4).

Mas há também os “reclamantes de plantão” que descordam da aposentadoria do motor a diesel na linha Jeep produzida no Brasil.  A versão Série S testada por AUTOS E MOTOS com caixa automática de 9 marchas e tração 4×4 é bem interessante mas realmente fica longe da antiga configuração diesel.

Na prática, não há mais a exclusividade do Renegade como único SUV compacto com motorização diesel. Na verdade, agora a Jeep nivelou o Renegade como mais um SUV urbano com motor turboflex. Em consumo, o Renegade 4×4 turboflex faz médias de 6,3 km/l na cidade e 7,6 km/l, na estrada, com etanol. As médias com gasolina são de 9,1 km/l e 10,8 km/l. É assustador pois hoje o preço do etanol e da gasolina está “nas alturas”. 

Mas há suas compensações, né? A Jeep inclui itens como seis airbags, controles de estabilidade e tração, central multimídia com tela de 7” (com Android Auto e Apple CarPlay sem fio) e 3 entradas USB, ar-condicionado com ajuste manual, computador de bordo com tela de 3,5”, rodas de liga leve de 17”, faróis full LED, Jeep Traction Control+, modo Sport, frenagem autônoma de emergência, alerta e assistente de manutenção de faixa, detector de fadiga do motorista, reconhecimento de placas de trânsito, controle de cruzeiro e sistema stop-start.

A versão S vem ainda com central multimídia de 8,4”, faróis de neblina em LED, bancos em couro, ar-condicionado digital de 2 zonas de temperatura, carregador de celular por indução, borboletas no volante, rodas de liga leve de 18” e sensor de estacionamento na traseira.

A exclusividade fica realmente por conta da tração 4×4 com bloqueio eletrônico do diferencial e modo Low (reduzida), além de sistemas de controle automático de descida e seletor de terreno com 4 configurações. Há logotipos e itens externos na cor grafite, revestimento interno escurecido para teto e colunas, airbag de joelho para o motorista, sensor de pontos cegos, sistema de estacionamento automático, farol alto automático, sensores de chuva e crepuscular, chave presencial, partida do motor por botão, rodas de 19” e alerta de tráfego cruzado na traseira e retrovisor interno eletrocrômico. Entre os opcionais, está o teto solar elétrico panorâmico.

Neste segmento de SUV´s compactos e urbanos, o leque é dos maiores. Tem opções como o VW T-Cross, Chevrolet Tracker, Hyundai Creta e Citroen C4 Cactus. E há ainda Renault Duster, Nissan Kicks. Todos são projetos novos e modernos e o grande diferencial do Jeep Renegade ficou apenas pela tração 4×4, já que nenhum outro modelo oferece o sistema para auxiliar o uso do utilitário em situações offroad e com mais emoção, né?

 

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Roberto Nunes

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