Os últimos dias do ano reservam momentos especiais para os brasileiros: as viagens de Natal e Ano Novo. Um pouco diferente de 2020, quando os destinos favoritos dos turistas ficaram fechados, neste ano, a expectativa é que as estradas sejam ocupadas pelas famílias em busca de uns dias de descanso no litoral ou interior dos estados.
Para quem for pegar a estrada, é fundamental levar o carro até uma oficina de confiança e fazer a tradicional revisão para checar se o veículo está em boas condições para a viagem. O ideal é que esta revisão seja feita com, pelo menos, uma semana de antecedência.
“O veículo é uma máquina que andamos em alta velocidade, e colocamos nosso bem mais precioso dentro dele: a família. Com isso, é imprescindível manter a manutenção em dia, respeitando os períodos solicitados pelo fabricante e procurando por produtos de qualidade”, comenta Pablo Bueno, engenheiro mecânico da YPF Brasil.
Um item que não pode passar despercebido na preparação da viagem é o óleo lubrificante. A troca do óleo possui uma data de validade estabelecida pelo próprio fabricante do veículo – a montadora -, que pode variar de acordo com a quilometragem e modelo do automóvel.
Quando o óleo é submetido a altas temperaturas ele oxida, e este é um dos motivos que especialistas usam para defender a troca pelo período – indicado pela montadora -, independente da quilometragem.
No momento de trocar o óleo lubrificante, Pablo Bueno lista os erros mais frequentes que acontecem:
- Completar o óleo com marcas diferentes: Misturar marcas de lubrificantes diferentes pode causar níveis de desempenho diferentes e viscosidades diferentes. O resultado é um lubrificante misto, diferente dos originais e sem a eficácia necessitada pelo motor;
- Usar aditivos: Além de comprometer as propriedades do lubrificante, causa desperdício de dinheiro e energia. Isso ocorre porque os óleos de boa qualidade presentes no mercado contém um pacote de aditivos específicos, que atendem todas as necessidades do veículo.
- Rodar com lubrificante acima ou abaixo do nível: O óleo no nível mínimo compromete a lubrificação, visto que aumenta a fricção entre as peças. Com isso, o desgaste dos componentes do motor é maior, e resulta em perda de potência imediata, em excesso de calor ou mesmo na fundição. No cenário contrário, rodar com lubrificante acima do nível, leva o produto a transbordar e cair em locais fora do sistema de lubrificação.
Para ajudar os motoristas, abaixo, Pablo Bueno ajuda a esclarecer outras dúvidas frequentes no momento da troca do óleo lubrificante, a fim de garantir um bom período de festas para os condutores e suas famílias.
Pegar a estrada com óleo vencido, o que pode acontecer?
O óleo vencido perde os atributos responsáveis pela boa lubrificação do motor, trazendo a chance de problemas mecânicos que comprometem a segurança de todos os usuários do veículo.
O produto vencido compromete o movimento das partes móveis do motor, permitindo um nível de atrito elevado, que deverá aumentar a resistência ao movimento e consequentemente danos estruturais, que pode resultar no travamento do propulsor, onde apenas uma retífica poderá fazê-lo voltar a ter um bom funcionamento.
Nesta situação descrita pelo especialista automotivo, é necessário reparar os danos ou até substituir algumas peças. O prejuízo que pode chegar a ser 50% do valor do veículo.
Todas as informações técnicas sobre o veículo, por exemplo, qual óleo que deve ser utilizado, estão no manual do proprietário, um item essencial que deve ser sempre consultado.
É necessário trocar o óleo mesmo se não rodar muito?
Essa é uma dúvida que muitos proprietários de veículos ainda possuem. De acordo com Bueno, a troca deve ser feita mesmo que o veículo passe mais tempo na garagem do que na rua, pois o lubrificante funciona à base de aditivos – que expiram e perdem a validade e capacidade de lubrificação do motor.
Carros manuais e automáticos têm diferenças no momento da troca?
Para quem já tem um carro automático, os procedimentos para uso são conhecidos de maneira ampla. Entretanto, quem nunca teve a experiência de viajar com um veículo automático, algumas diferenças se mostram fortes e até limitadoras em um primeiro momento.
Para ajudar, Pablo Bueno esclarece que não existem diferenças significativas na troca do óleo lubrificante entre carros automáticos e manuais, mas reafirma a importância de não correr riscos: “No caso da troca do óleo, não há diferença de maneira geral, porque o item que sofre a maior alteração é o óleo de transmissão, que não tem relação com o óleo lubrificante. Porém, é importante ir até uma oficina de confiança e conversar com um especialista, a fim de não cometer erros e garantir uma viagem tranquila com os amigos e a família”, finaliza o especialista.
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