Carros

Chico Horne, o cara do drift na Bahia

Escrito por Roberto Nunes

Por Roberto Nunes
Quem já viu manobras de drift ao vivo? Poucos, né? Mas muita gente deve conhecer de filmes como Velozes e Furiosos. Mas a Bahia tem sim gente especializada no drift, o estilo de condução de carros que utiliza técnicas precisas de derrapagem nas curvas.
O piloto baiano Francisco Horne usa um Nissan 350Z, esportivo japonês que é um dos veículos mais cultuados e apropriados para o esporte, e vem fazendo a alegria de muitos marmanjos apaixonados por carro e que vibram com as manobras de derrapagens nas curvas.
No mês passado, Horne participou de um evento de drift e de manobras radicais no estacionamento do Estádio do Pituaçu. Para garantir a “brincadeira” de fritar pneus nas curvas, Chico Horne, como é conhecido no meio do automobilismo baiano, gasta pelo menos oito jogos de pneus durante as apresentações. “É assim e não tem jeito, já que até para treinar tenho que gastar muito, muito pneu”, conta o piloto, que no comecinho da sua carreira foi atrás e viajou várias vezes para fazer cursos especializados de pilotagem da Porsche nos Estados Unidos e nos autódromos de São Paulo.

 
Horne começou cedo no mundo dos carros e acompanhava seu pai (Bernardino) em tudo. Chico hoje divide suas atividades de advogado e de empresário com a de piloto de drift. Mas para Horne a paixão pelo carro fala – muitas vezes – mais forte. “É muita adrenalina, paixão e treinamento. Para chegar ao nível dos melhores, é necessário treinar. Treinar drfit é, literalmente, queimar, fritar pneus. Mas tudo isso com técnicas nas manobras”, explica.
Na Bahia, pontua Chico Horne, o drift é realizado sem apoio comercial e sem apoio da Federação de Automobilismo da Bahia. “Tem treinos e provas que pago do meu bolso os jogos de pneus para fazer o que gosto, o drift”, explica ele, dizendo ainda que sua paixão pelo automobilismo geralmente fala bem mais alto e é hoje mais importante.
Autos e Motos pegou carona no Nissan 350Z de Chico Horne e deu até friozinho na barriga nas curvas mais fortes do circuito montado no estacionamento do Estádio de Pituaçu, durante o dia do evento do  II Treino de Manobras e Drift. 

Leia a entrevista com Francisco Horne, o cara do drift na Bahia. 
Autos e Motos – Como começou sua paixão pelo carro?
Chico Horne – Paixão por carro começou com meu pai (Bernardino), que me levava para dirigir com ele desde pequeno. Aprendi cedo a dirigir.
Autos e Motos – Qual foi a situação que você percebeu que queria ser piloto, queria dirigir automóvel de uma maneira mais profissional?
Chico Horne – Quando fui fazer um curso da Porsche nos Estados Unidos. Além de ter sido muito legal, andei muito rápido e bem na pista.
Autos e Motos – Tem gente que faz manobras, zerinhos, estilo meio louco com cavalo-de-pau nos carros? E a história do drift em sua vida? Ai tem que ter preparação do carro como do piloto com cursos de técnica de pilotagem?
Chico Horne – Tem muita gente que faz manobra e isso não é drift. Manobra não se tem muito controle sobre o resultado do que se faz. Drift já é precisão. Você tem o controle absoluto do que o carro faz, como faz e para onde vai. O carro tem que ter alguns itens melhor preparados para aguentar o tranco. Os básicos são: Embreagem cerâmica (ou alguma racing), diferencial blocante ou já blocando, válvula thermostática boa, bomba de óleo melhor para aguentar altos giros do motor, radiador de oleo e toda a parte de arrefecimento bem feita e superdimensionada. Cursos são sempre muito bons! Fiz alguns Brasil (Manizini, Helio Fausto (drift) e da Porsche).
Lá fora fiz os básicos, médios e avançados da Porsche.

Quais são os veículos ideais para o drift?
Chico Horne – Primeiro o carro tem que ter tração traseira. Hoje os carros que mais se usam são Chevette e Omega (nacionais), Nissan 350Z/370Z, Ford Mustang, Chevrolet Camaro e Corvette) no Brasil. Pelo mundo afora todos os japoneses que não achamos aqui, Silvia, Skyline.
Autos e Motos – Como um jovem pode se especializar na técnica do drift automotivo?
Chico Horne – Atualmente é bom fazer algum dos cursos de drift que temos no Brasil. O do Helio Fausto e Diego Higa são os mais famosos. Depois disso ter um carro tração traseira e treinar bastante e participar de campeonatos.
Autos e Motos – Quais são seus sonhos (tipo, o carro dos sonhos e provas para realizar)?
Chico Horne – Tenho um sonho de ter um Silvia, qualquer modelo, um Datsun perua ou um Corvette.
Prova que tenho planos é a do SDB ou o campeonato brasileiro de drift.
Autos e Motos – Como está o desenvolvimento do drift na Bahia?
Chico Horne – Parado quase andando. Pouco apoio, especialmente da Federação de Automobilismo da Bahia que não tem nenhuma prova realizada por eles nem tampouco ajuda nas que tentamos fazer no estado.
È caro o esporte a motor. Veículo preparado e cursos, isso tudo tem preço? Mas há um grande prazer de realizar um sonho também?
Autos e Motos – Realmente é tudo caro. Mas também pode ser feito de forma menos custosa. O preço de andar de lado e conseguir fazer o drift e controlar o carro com tração traseira paga em muito o custo de carro, preparação e tempo.
Fotos e vídeos: Alan Fontes do @daquidesalvador (blog e instagram)

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