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Carros elétricos compensam emissão de CO2 em até 4 anos

Escrito por Roberto Nunes

Os carros elétricos têm se tornado sinônimos de sustentabilidade e uma das principais alternativas para aliviar os altos índices de carbono que são emitidos pelos carros à combustão. Entretanto, um ponto de atenção deve ser colocado: o carro elétrico pode emitir 60% mais carbono em seu processo de fabricação, quando comparado com um carro à combustão. De acordo com Renato Aguiar, professor de Engenharia Elétrica da FEI (Fundação Educacional Inaciana), isso se deve à estamparia, forja de componentes metálicos, eletrônicos e polímeros, e a eletricidade usada nos processos de fabricação. Mas, ainda de acordo com o professor, um carro que roda cerca de 20 mil km por ano, por volta de quatro anos já compensa essa emissão extra de carbono e já começa a ser mais sustentável que o carro à combustão, considerando uma matriz energética limpa.
Para efeito de comparação, um carro a combustão emite cerca de 3,74 toneladas de carbono durante a produção, enquanto um carro elétrico emite até 6,57 toneladas. Porém, ao considerar o funcionamento, um carro à combustão emite cerca de 4,6 toneladas de carbono anualmente, com uma média de 20 mil km rodados de acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos EUA. O carro elétrico não emite carbono diretamente, apenas para seu carregamento. Em países como o Brasil, com uma matriz energética 85% renovável, a cada ano, a recarga de um carro elétrico emite 1,7 tonelada de carbono indiretamente, 63% menos que um carro à combustão.
“Quando abordamos questões como a bateria de lítio e o descarte delas, ainda enfrentamos muitos desafios. É um problema que está sendo observado e se tem tentado encontrar soluções eficientes para diminuir o impacto no meio ambiente pelo descarte da bateria. Uma das alternativas é melhorar o ciclo de vida dessas baterias de lítio por meio de uma reciclagem eficiente, reutilização em casas ou empresas, o que se costuma chamar de second life. Uma outra alternativa seria utilizar novas tecnologias de bateria e isto tem sido objeto de intensa pesquisa”, comenta Aguiar.
Pensando que alternativas para reutilizar a bateria já estão em andamento e que os carros elétricos compensam a emissão de carbono em média dentro do prazo de até quatro anos, no Brasil o desafio também se encontra na infraestrutura. Atualmente, existem poucos pontos de carregamento público, e a maioria com carregamento lento. Os postos de carregamento se concentram em São Paulo e Rio de Janeiro, sendo que no interior desses estados, quase não encontramos postos de carregamento. As regiões Norte e Nordeste ainda são muito escassas de eletropostos. De acordo com dados da Agência Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), 64% dos postos de recarga se encontram no sul e sudeste do Brasil. Portanto, para grandes viagens e aproveitamento da autonomia dos novos carros elétricos, é necessário que o país invista em mais postos de carregamento que darão maior segurança e confiança aos motoristas, sem medo de ficarem parados sem eletricidade.

 

Benefícios a longo prazo
“Obviamente, com o aumento da quantidade de carros elétricos haverá, certamente, uma diminuição da poluição do ar. Também, os motores elétricos são bem mais silenciosos que os motores à combustão, diminuindo a poluição sonora e proporcionando uma cidade com um trânsito mais silencioso. Por fim, o carro elétrico proporciona menor dependência do petróleo, o que permitirá diminuir a sua exploração. De acordo com dados da Agência Internacional de Energia, até 2035, planeja-se uma redução de demanda de 10 milhões de barris de petróleo por dia.” finaliza o professor da FEI.

 

Sobre a FEI:
Com mais de oito décadas de tradição, a FEI (Fundação Educacional Inaciana Pe. Sabóia de Medeiros) se destaca entre as instituições de Ensino Superior no Brasil nas áreas de Administração, Ciência da Computação, Ciência de Dados e Inteligência Artificial e Engenharia. Referência em gestão, inovação e tecnologia, a FEI já formou mais de 60 mil profissionais e tem como propósito proporcionar conhecimento aos seus alunos por todos os meios necessários, visando à construção de uma sociedade desenvolvida, humana, sustentável e justa, por meio do ensino, pesquisa e extensão.
A FEI faz parte da Companhia de Jesus e oferece cursos de Administração, Ciência da Computação, Ciência de Dados e Inteligência Artificial e Engenharias – habilitações em Engenharia Civil; Engenharia de Automação e Controle; Engenharia de Materiais; Engenharia de Produção; Engenharia Elétrica; Engenharia Mecânica e Engenharia Mecânica com ênfase Automobilística; Engenharia Química e a primeira graduação em Engenharia de Robôs do País, sendo o maior polo educacional de robótica inteligente da América Latina.
Acompanhando as megatendências mundiais para o futuro, a FEI participou da formulação das novas Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Engenharia e Administração, propondo ao Ministério da Educação conceitos de interdisciplinaridade e empreendedorismo, que fazem com que os alunos tenham uma formação mais ampla e alinhada com as transformações tecnológicas.

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Roberto Nunes

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