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Mercado de carregamento de veículos elétricos deve crescer

Escrito por Roberto Nunes

A oferta de carregadores elétricos caseiros ainda não cresce na mesma proporção da venda de veículos 100% elétricos no mercado brasileiros. Além disso, a rede de eletropostos é escassa e o valor de um carro plugado na tomada é pelo menos duas vezes o preço da configuração a combustão. Exemplo disso é o Kwid e-Tech, vendido por cerca de R$ 150 mil, o dobro do valor da versão flex comercializada no mercado nacional. Estes dois pontos são alguns dos entraves para o aumento de carros elétricos no país.

Mesmo assim, o investimento na infraestrutura de carregamento e nos serviços relacionados à adoção de veículos elétricos movidos a bateria (BEVs) tem se mostrado uma oportunidade estratégica de novos negócios. De acordo com análise realizada pela Bain & Company, os pools de receita e lucro para carregamento desses veículos na Europa, EUA e China devem crescer drasticamente até 2030, alcançando até € 13,5 bilhões, com destaque para os serviços de energia inteligentes, que vão representar cerca de um terço do total de lucros.

Por ser um mercado onde muitos segmentos ainda estão em um estágio inicial, as empresas que saírem na frente nesse setor vão ditar tendências, aumentando suas chances de sucesso em longo prazo. Nesse momento, a definição sobre a ocasião de carregamento, a parte da cadeia de valor e a região de atuação são as primeiras decisões que os investidores devem tomar ao entrar no mercado. São essas escolhas que vão determinar os parceiros necessários em cada ecossistema.

O carregamento dos veículos pode acontecer em diferentes situações: em casa, no trabalho, em um destino ou em trânsito, todas com características e desafios diferentes. Por exemplo: no curto prazo, haverá muito investimento para a construção da infraestrutura para carregamento rápido em trânsito (no mesmo perfil dos postos de combustíveis fósseis) e em destinos, como supermercados e restaurantes. Nesses pontos, a lucratividade dependerá da capacidade de atingir altas taxas de utilização nos pontos e vai exigir um grande investimento de capital em estações de carregamento bem localizadas, carregamento ultrarrápido e confiável, bem como uma ótima experiência do cliente.

No futuro, é provável que o maior pool de lucros tenha foco em carregamento doméstico e no trabalho vinculado a serviços de energia inteligente de próxima geração, incluindo carregamento bidirecional para casas e estabelecimentos comerciais. Esse tipo de carregamento permite que as empresas de eletricidade aproveitem a capacidade de armazenamento das baterias dos carros para equilibrar melhor oferta e demanda.

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Roberto Nunes

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