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Motociclista tem medo de atropelar pedestres

Escrito por Roberto Nunes

A Fundação Mapfre divulgou o estudo “Motociclistas na Cidade de São Paulo”, sobre o comportamento e índices de mortalidade destes condutores no trânsito na capital paulista. Os resultados preocupam: 2 em cada 3 disseram ter pilotado moto por algum tempo mesmo sem ter habilitação; e a maioria também admitiu não respeitar sempre o Código de Trânsito Brasileiro e circular pelos corredores (espaços entre as faixas de rolamento). Os dados foram obtidos a partir de pesquisa com 1.210 motociclistas e mais 40 entrevistas, incluindo técnicos de trânsito, além de visitas técnicas a órgãos de trânsito que se relacionam com o motociclismo.

 
A maior parte dos entrevistados usa a moto como ferramenta de trabalho e justifica comportamentos muitas vezes imprudentes –como exceder a velocidade – pela pressão pela pontualidade das atividades profissionais.

Entre os dados apresentados, também chama atenção a preocupação dos motociclistas com a possibilidade de causar lesões a terceiros, superior a ter colisões ou queda da moto. Isso porque 45% declarou ter como maior medo atropelar um pedestre nas ruas, enquanto que 28% afirmou temer colidir com veículos maiores, como ônibus e caminhões.
As características das ocorrências também foram avaliadas. Segundo a pesquisa, 65% dos acidentes acontecem durante o dia, 57% em pontos pouco movimentados e 56% com a pista seca.
ACIDENTES E MORTES – Praticamente todos os entrevistados afirmaram ter se envolvido em acidentes, sendo que 80% deles disseram conhecer alguém que morreu no trânsito e 84% possui algum colega com sequelas depois de uma ocorrência com moto.

No Brasil morrem, todos os anos, cerca de 40 mil pessoas em acidentes de trânsito. Desse total, 33,4% são motociclistas, segundo o Datasus, sendo 89,1% homens e 59,8% pardos, com idades até 35 anos (33%) e solteiros (60,32 %).
Além das perdas humanas, os socorros, as internações e os tratamentos dessas vítimas resultam em gastos estimados em mais de R$ 70 bilhões ao sistema de saúde, de acordo com o Instituto Brasileiro de Segurança de Trânsito. Nesse contexto, as mortes em ocorrências envolvendo motos superaram 120 mil, de 2007 a 2017. “Parte do aumento de mortes pode ser explicado pelo crescimento da frota de motos e motonetas, que em 2018 atingiu 27 milhões de unidades nas ruas e já representa 27% da frota total no país. Por outro lado, é preciso rever o processo de formação de condutores, além de promover ações governamentais efetivas nas áreas de educação, segurança pública e infraestrutura das vias”, analisa o diretor de Educação para o Trânsito e Fiscalização do Detran-SP, Fernando Duran Poch.
Fonte: Site AutoDestaque

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