Por Lu Nascimento
Dados preliminares do Ministério da Saúde revelam que os acidentes de transporte mataram aproximadamente 2.279 pessoas, na Bahia, em 2017 (estatística mais atual). As vítimas fatais eram principalmente do sexo masculino (1.912 mortes).
Mas, isso não gera surpresa. Apesar das conquistas relativas às questões de gênero, os homens ainda são mais envolvidos com veículos do que as mulheres. No quesito raça, o total de mortes de indivíduos da cor/raça parda (1.776 mortes) superou o somatório das demais (branca, preta, amarela, indígena e ignorada).
Os acidentes de transporte vitimaram geralmente os motociclistas (634 mortes). Dentre esses foi mais frequente os do sexo masculino (587 mortes). Entre as mulheres, o maior número de vítimas fatais, por modalidade de acidente, era aquele onde elas ocupavam automóveis (124 mortes).
Em termos emocionais, lidar com a perda de um ente querido não é tarefa fácil. No aspecto econômico, ocorre prejuízo também. As vítimas geralmente estão em idade economicamente ativa, ou seja, supostamente aptas a exercer atividade produtiva. As mortes atingiram, majoritariamente, o grupo de pessoas na faixa etária de 20 a 29 anos (494 mortes), seguido pelos indivíduos entre 30 a 39 anos (483 mortes) e por aqueles no intervalo etário de 40 a 49 anos (414 mortes). Sendo que no primeiro e no terceiro conjunto mencionado predominou a fatalidade envolvendo motocicleta, enquanto entre os de 30 a 39
anos sucumbiram principalmente os ocupantes de automóveis.
Os acidentes, sejam eles letais ou não, incorrem em custos para os indivíduos, as famílias, o Sistema Único de Saúde e a sociedade em geral. Por exemplo, há indivíduos que sobrevivem com sequelas, perdem ou reduzem a capacidade produtiva e a possibilidade de realizar atividades habituais. Gasta-se com o tratamento e a reabilitação do paciente, com medicamentos e ocupação dos leitos hospitalares. Cerca de 2.279 pessoas sucumbiram no trânsito, na Bahia, em 2017. E, as consequências dos desastres não se restringiram aos que tiveram a vida cessada e aos feridos, pois, todos perdem.
Sendo assim, os membros da sociedade na sua totalidade devem contribuir para um trânsito mais seguro. A redução à (no mínimo) metade das mortes e dos ferimentos causados por acidentes em estradas até 2020 é uma meta global das Nações Unidas.
Lu Nascimento é economista, pesquisadora e PhD em Recursos Naturais pela University of New Hampshire, EUA
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